Estamos em pleno período crítico de proliferação do mosquito aedes aegypti (e outros mosquitos) transmissor de arboviroses como a dengue, zika e chikungunya. As condições climáticas com dias de sol e calor, alternados com dias de chuva, aumentar a proliferação. Até o dia 24 de novembro, última terça-feira, Jales tinha registrado 2239 notificações de casos suspeitos de dengue. Desses, houve 745 casos autóctones confirmados e 41 importados, quase todos de municípios referenciados que são atendidos na UPA. Outros 1301 resultaram negativos e 152 estão em fase de exames ou em processo de finalização de diagnóstico.
Além disso, o setor de Controle de endemias da Secretaria de Saúde avalia que o longo período de estiagem pode ter causado um relaxamento das medidas de prevenção, afinal como não havia chuva, as pessoas deixaram de se preocupar com a água acumulada. Agora, com a chegada da chuva, pode levar algum tempo para as pessoas voltarem a despertar para a necessidade de controlar os criadouros.
“Por mais que a gente fala que o controle tem que ser o ano todo, já que existem recipientes que não dependem da água da chuva para acumular água, quando inicia a chuva, aumenta imediatamente esse leque de possibilidades. Sem chuva, temos os vasos de plantas, os bebedouros de animais, porém, com a chuva, temos as calhas, os telhados e os recipientes ao ar livre. E as pessoas ainda estão com a cabeça naquele período seco e esquecem de verificar o que não verificava no período seco”,explica Vanessa Luzia da Silva Tonholi.
Responsável pelo Setor de Controle de Endemias, Vanessa alerta que os vasos de plantas com terra também podem acumular água e se tornar um criadouro. Basta que não tenha drenagem suficiente para escoar a água. Principalmente, se estiver ao ar livre. “Se choveu muito e a terra não consegue absorver toda água, a água vai se acumular sobre a terra e se tornar um criadouro. É preciso verificar todos os lugares que podem acumular água e agora é preciso verificar onde não era verificado no período sem chuva”.
Outra questão são os vasos de planta com água que, mesmo sendo trocados com frequência são potencias fatores de risco. “Nessa correria do dia a dia, podemos esquecer de limpar e trocar a água do vaso da planta, então o ideal é não ter vaso com água”, frisou.
Além disso, acrescenta, facilmente a limpeza é a ideal, já que as paredes do vaso têm que ser bem limpas pelo menos duas vezes por semana e até as raízes precisam ser lavadas. “Os ovos do mosquito ficam grudados no recipiente e apenas jogar a água fora não adianta. Tem que lavar com bucha e sabão”.
PERSPECTIVAS
O verão ainda nem começou portanto existe uma grande possibilidade de mais chuvas nas próximas semanas, o que não traz perspectivas muito alvissareiras. “Se a gente não conseguir a colaboração da população neste momento, a quantidade de chuva que tem caído e quantidade de larvas que a gente está encontrando, a tendência é que tenhamos números bem altos de dengue nos próximos meses. Estamos adotando medidas preventivas, como aplicação de inseticidas em locais onde foram registrados casos positivos e os agentes comunitários estão em campo fazendo visitas para orientar a população. Mas há a necessidade da colaboração da população porque somente o trabalho do poder público não é suficiente”.
CRIANÇAS
Vanessa tem feito palestras em escolas municipais para orientar as crianças, que são consideradas multiplicadores de informação e costumam levar para casa o que aprendem sobre o combate à dengue. A avaliação é que as crianças são muito receptivas às novas informações do que os adultos que já têm hábitos enraizados.
“Elas levam isso pra casa, não só pra que convençam os pais a tomar as medidas de prevenção, mas também para que cresçam e se tornem adultos conscientes e mudem a situação que a gente tem hoje”, pontuou.
Vasos com terra também acumulam água, alerta Endemias
Date: