Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Apenas 5,6% da população jalesense vive na zona rural, diz IBGE

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Dados divulgados pelo Censo Demográfico 2022 na semana passada, informam que do total de 203,1 milhões de pessoas que vivem no país, 177,5 milhões (87,4%) residiam em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) estavam em áreas rurais. Em relação a 2010, quando o grau de urbanização foi de 84,4%, houve aumento de 16,6 milhões de pessoas morando em áreas urbanas e queda de 4,3 milhões vivendo em áreas rurais.
Em Jales, de acordo com o mesmo Censo 2022, a população era de 48.776 habitantes e a densidade demográfica era de 132,34 habitantes por quilômetro quadrado. Desse total, apenas 2.708 pessoas moravam em propriedades rurais, o que equivale a 5,6% da população total do município.
A população residente na zona rural de Jales é maior que a de Fernandópolis, onde apenas 2281 pessoas residiam fora da zona urbana, o que equivale a 3,2% do total de 71.186 habitantes.
E maior que a de Santa Fé do Sul, onde 1.089 pessoas declaram morar na zona rural. O município tem 34.794 habitantes, o que significa dizer que a população rural de lá representa 3,1% do total.
Votuporanga tinha, em 2022, exatamente 2.758 pessoas morando na zona rural. O número equivale a 2,9% dos seus 96.634 habitantes.
O número pode equivaler à industrialização do município e a dependência econômica que tem para a agropecuária. Assim, quanto maior for a cidade e maior o seu nível de industrialização, menor é a população rural.
Dessa forma, a maior cidade da região, Rio Preto era a que tinha a menor parcela de sua população morando na zona rural. Eram apenas 3.945 pessoas, o que representa 0,8% do total de 480.393 habitantes.
Essa relação inversa também pode ser percebida nos números encontrados pelo Censo 2022. Por exemplo, 15,7%, ou 281 dos 1794 habitantes de Vitória Brasil moravam na zona rural. Em São Francisco, a proporção de moradores da zona rural era de 22,9% do total. Nada menos que 595 dos seus 2602 habitantes residiam na zona rural.
O êxodo rural se intensificou nos anos 80, quando houve algumas iniciativas para manter o homem no campo e convencer os proprietários a não vender as suas propriedades.
Desde então, governos municipais, estaduais e federais têm adotado medidas para manter o homem do campo no campo. Os programas “Melhor Caminho”, do Governo Estadual – de melhoria das estradas rurais, e “Luz Para todos”, do Governo Federal – que estende a energia elétrica às localidades mais distantes dos centros urbanos, o aumento da taxa de policiamento entre outros, têm tentado melhorar as condições de vida da população rural.
A secretária municipal de Agricultura Pecuária e Meio Ambiente de Jales, Sandra Lima Gigante, disse ao jornal A Tribuna que dar condições para que o homem no campo se mantenha no campo é uma das principais funções da pasta. Mas ela acredita que atualmente, muitos produtores rurais moram em área urbana, mas mantém a sua produção no campo.
COMODIDADE
O professor Vitor Boldrin, coordenador do curso de Gestão Empresarial da Fatec Jales, disse que a relação industrialização é apenas um dos fatores. Mas quando uma cidade tem o setor industrial mais avançado, se tem também geração de emprego e renda que atrai o homem do campo. Sem contar que a maior mecanização e automatização do trabalho no campo reduz a necessidade de mão de obra, que é atraída para as oportunidade da cidade.
“A relação entre industrialização e o percentual de habitantes na zona rural é válida (industrialização gera mais empregos, melhora a cidade em termos de educação, saúde, infraestrutura etc), mas não automática, pois outros fatores, como culturais e políticos, também desempenham um papel importante na dinâmica populacional”.
Ele ressaltou que outros fatores influem na manutenção do trabalhador no campo, como as políticas públicas, as tecnologias que reduzem a necessidade de mão de obra, entre muitos outros. Além do conforto e comodidade que a população encontra na área urbana. “Quando a cidade tem um bom desenvolvimento industrial, ela tem melhor educação, melhor saúde e segurança. O conforto numa cidade, de uma maneira geral, acaba sendo maior que na zona rural”.
SETORES CENSITÁRIOS
Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Malha de Setores Censitários definitivos”, divulgado pelo IBGE.O IBGE não divulgou a variação detalhada em cada município, portanto, não foi possível avaliar se houve crescimento da população urbana ou rural.
Cada Setor Censitário é identificado a partir de sua localização quanto a divisão político-administrativa do País – Municípios, Distritos, Subdistritos – e representa um conjunto de localidades que servem de referência para a contextualização dos dados estatísticos – Bairros, Povoados, Lugarejos, Núcleos Urbanos, Favelas e Comunidades Urbanas, Agrupamentos Indígenas e Quilombolas, entre outros.
Em 2022, do total de 203,1 milhões de pessoas da população brasileira, 177,5 milhões (87,4%) residiam em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões viviam em áreas rurais.
Em relação a 2010, quando o grau de urbanização foi de 84,4%, houve aumento de 16,6 milhões de pessoas morando em áreas urbanas e queda de 4,3 milhões vivendo em áreas rurais.
Entre 2010 e 2022, em áreas urbanas, a população passou a crescer no ritmo de 0,82% ao ano, enquanto em áreas rurais, retomou o ritmo de aceleração de perda, chegando a -1,27%.
Os maiores percentuais de população urbana foram observados nas regiões Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidas das regiões Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%).
A população rural, por sua vez, pela primeira vez, apresentou decréscimo em todas as regiões do Brasil. A Região Norte, que havia registrado crescimento de 8,07% entre 2000 e 2010, passou a apresentar perda de 11,02%. O mesmo ocorreu na Região Centro-Oeste, que apresentou crescimento de 2,03% da população rural entre 2000 e 2010 e, no período entre 2010 e 2022, teve perda de 10,59%.

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