Sábado, Novembro 23, 2024

Hospital de Amor de Jales inaugura departamento de medicina nuclear

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Foi inaugurado na última quarta-feira, 7 de maio, o departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor de Jales. O investimento somente no equipamento foi de U$$ 1 milhão, mas a unidade conta com toda uma estrutura especial em seu entorno, quase tudo conquistado pela AVCC (Associação de Voluntários no Combate ao Câncer) de Jales.

Segundo o gerente administrativo do hospital, Arthur Bernardes, o departamento de medicina nuclear vai permitir que os cerca de 90 pacientes que se deslocam até Barretos semanalmente para se submeter a exames, possam fazer os procedimentos em Jales, gerando economia e proporcionando mais comodidade para os pacientes, que muitas vezes estão fragilizados pelo tratamento ou pelos sintomas da doença.

“Não é uma conquista apenas do Hospital, mas de toda a população de Jales, graças a parceria da AVCC. A cintilografia do coração, do osso, do rim ou da cabeça, faz parte da rotina do tratamento oncológico do paciente, tanto para diagnóstico quanto para avaliação da progressão da doença e isso vai passar a ser feito aqui. É um ganho de qualidade de vida para o paciente. Um ganho de tempo para fechar o diagnóstico também”, disse Bernardes.

A instalação do departamento de medicina nuclear e especialmente do aparelho que faz os exames de cintilografia (o SPECT CT, da GE) foi um processo, segundo Arthur, que levou cerca de cinco anos. Somente o aparelho custou cerca de U$$ 1 milhão, mas foi necessário instalar toda uma estrutura ao redor do equipamento. A unidade conta com sala de espera, sala de atendimento médico, centro de enfermaria e outros compartimentos, todos com tratamento antirradiação.

“A parte da estrutura ficou em torno de R$ 5 milhões, fora o equipamento que custou U$$ 1 milhão. A gente precisou estruturar a unidade com paredes de chumbo e mobiliário, em parceria da AVCC”, disse.

Ainda segundo Arthur, “o aparelho é essencial para a oncologia e para outras especialidades, pois ele pode agilizar o diagnóstico e tratamento, também”. 

Há possibilidade de o aparelho estar disponível para atendimento dos pacientes de outras especialidades além da oncologia. Para isso, porém, é preciso firmar um acordo com o DRS XV (Departamento Regional de Saúde) de Rio Preto que também poderá encaminhar pacientes para o hospital. “Esse aparelho é importante não só para os pacientes oncológicos porque existem outras especialidades que precisam da cintilografia, mas isso vai depender do DRS XV”.

Um dos exames é a cintilografia cerebral, ou cintilografia tomográfica de perfusão cerebral (SPECT), que é um exame feito para detectar alterações na circulação de sangue e função do cérebro, sendo, geralmente, realizado para auxiliar na identificação ou acompanhamento de doenças degenerativas cerebrais, como Alzheimer, Parkinson ou tumor, principalmente quando outros exames como ressonância magnética ou tomografia computadorizada não são suficientes para confirmar as suspeitas.

O exame de cintilografia cerebral é realizado com a injeção de medicamentos, conhecidos como radiofármacos, que são capazes de se fixar no tecido cerebral, permitindo a formação das imagens no aparelho.

Mas a cintilografia pode identificar os focos da epilepsia; Avaliar tumores cerebrais; Auxiliar no diagnóstico da doença de Parkinson ou outras síndromes parkinsonianas, como a doença de Huntington; Avaliação de doenças neuropsiquiátricas como a esquizofrenia e a depressão; Fazer o diagnóstico precoce, o controle e a evolução de doenças cerebrais vasculares como o AVC e outros tipos de derrames; Confirmar a morte cerebral; Avaliação de lesão traumática, hematomas subdurais, abcessos e casos de mal formação vascular; Avaliação de lesão inflamatória, como encefalite herpética, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Behçet e encefalopatia associada ao HIV.

Muitas vezes, a cintilografia cerebral é solicitada quando há dúvidas em relação ao diagnóstico de uma doença neurológica, já que exames como a ressonância magnética e tomografia computadorizada, por mostrarem mais mudanças estruturais e na anatomia do tecido cerebral, podem não ser suficientes para esclarecer alguns casos.

CIRURGIA

No mês passado, o Hospital de Amor Jales já realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.

O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser o primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas”.

O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos, com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar o local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear, Emanuela Borges Oliveira.

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