O jornalista Deonel Rosa Júnior, diretor do Jornal de Jales, foi encontrado sem vida na sua casa na manhã de segunda-feira, 22 de maio. Ainda não se sabe as causas da morte, mas a suspeita é de que ele tenha sofrido um infarto. Deonel era viúvo e morava sozinho, no Jardim Trianon, em Jales.
O jornalista era natural de Olímpia e veio para Jales em 1970 a convite do empresário Nabi Salomão Dib (dono da Rede Casa Branca) e do radialista Wanderley Garcia (que tinha acabado de comprar a Rádio Cultura e queria rejuvenescer a programação).
Deonel dizia que seus planos eram de ficar na cidade apenas por seis meses. “A acolhida dos jalesenses me cativou e eu mudei os planos”.
“São 53 anos trabalhando como operário da comunicação e sempre tentando, através dos meios de que disponho, valorizar o mais valioso patrimônio de nossa terra — a qualidade do povo que mora aqui”, escreveu no Facebook no dia 4 de maio último.
O velório aconteceu durante a tarde do mesmo dia 22, na Câmara Municipal de Jales, e o sepultamento aconteceu no jazigo onde estava sepultada sua mulher, Gema Aparecida Prandi Rosa, vítima de um câncer, em dezembro de 2008.
Amigos, parentes e muitas autoridades participaram da cerimônia de despedida. O prefeito Luís Henrique Moreia decretou luto oficial de três dias. Dom Reginaldo Andrietta (bispo Diocesano de Jales) e Dom Demétrio Valentini (bispo emérito de Jales) celebraram as Exéquias.
Em entrevista, o amigo e compadre, José Devanir Rodrigues, o Garça, relatou que foi a funcionária da casa de Deonel que o encontrou naquela manhã. Quando ela chegou para trabalhar, perto das 7 horas, chamou e ninguém atendeu. Ela conseguiu entrar por uma porta lateral e o encontrou sentado no sofá, com a TV ligada. Pela condição do corpo, a conclusão é que ele acordou pela manhã e sentou para assistir o noticiário, mas foi acometido pelo colapso cardíaco. O laudo, porém, não foi publicado.
NOTA DE FALECIMENTO
O Jornal de Jales, empresa que ele dirigiu por cinco décadas, publicou uma Nota de Falecimento. Segue abaixo.
O Jornal de Jales cumpre a difícil missão de informar o falecimento do seu diretor-proprietário Deonel Rosa Júnior, 72 anos. Ele foi encontrado sem vida em sua residência na manhã desta segunda-feira, 22. Era viúvo e não tinha filhos. Nascido em Olímpia, em 9 de janeiro de 1951, era filho de Deonel Rosa e Cassimira do Nascimento Rosa.
Deonel iniciou na imprensa aos 17 anos em sua cidade natal, Olímpia, onde foi co-fundador do jornal da Cidade.
Deixa um legado na imprensa de Jales, cidade que escolheu para viver desde 2 de maio de 1970. Licenciado em Estudos Sociais, atuou no jornalismo e no rádio jalesense desde a década de 70. Diretor proprietário do Jornal de Jales desde 1981. Sócio-cotista da Editora Fernandópolis-Jales (Ferjal).
Fundador do Fórum da Cidadania de Jales, instância comunitária formada por entidades de classe, clubes de serviço, associações profissionais e instituições filosóficas. Primeiro presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.
De 1995 a 2004, foi editor e mantenedor do Projeto Memória, fascículos mensais contando a história da cidade através do depoimento de pessoas vivas.
Autor do prefácio dos livros “Precursores e Pioneiros”, de Genesio Seixas; e “A Jales que Vivi”, de Roberto Gonçalves
Foi venerável-mestre da Loja Maçônica Coronel Balthazar. Também é grau 33 no filosofismo maçônico.
Entre 1983 e 1986 integrou a equipe que desenvolveu o primeiro projeto de jornalismo regionalizado na televisão, como contratado da Rede Globo Oeste Paulista sediada em Bauru.
Já foi homenageado pela Câmara Municipal de Jales com a Medalha XV de Abril e o título de Cidadão Jalesense. Também recebeu título de Cidadão Uraniense outorgado pela Câmara Municipal de Urânia.