Terça-feira, Novembro 26, 2024

Ônibus teria levado jalesenses para quebra-quebra em Brasília

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Uma propaganda que circulou pelas redes sociais digitais no fim da semana que passou convocava interessados em participar da manifestação que invadiu e depredou as instalações das sedes do Governo Federal, Congresso e Supremo Tribunal Federal, em Brasilia-DF, no domingo, 8 de janeiro. O banner estava ilustrado com um ônibus colorido com a bandeira nacional e pertenceria a um grupo chamado P.A.C. (Patriota, Agro e Caminhoneiro) dizia que a “excursão” sairia de frente ao quartel de Três Lagoas – MS, às 18 horas de sexta-feira, 6, e pegaria passageiros (manifestantes) em Jales, Ilha Solteira e Santa Fé do Sul, retornando às 12 horas da segunda-feira, 9.  


Com os típicos dizeres extremistas, o cartaz orientava os interessados a entrarem em contato com um homem e uma mulher (Daniel e Meire) cujos celulares têm o código do DDD compatível ao de Três Lagoas. 


Não foi possível comprovar a veracidade das informações, mas a peça de propaganda é exatamente idêntica a outras com telefones do Rio de Janeiro, São Paulo-SP e outras que convocavam para uma paralisação geral no dia 9 de janeiro. “Desta vez não levem idosos e crianças”, pediam os cartazes.    


O MPF e a Polícia Civil chegaram a investigar a possível participação de jalesenses nos atos violentos, mas não há notícias de que algum morador da cidade tenha sido identificado. 


Por outro lado, moradores de São José do Rio Preto, Mirassol, Votuporanga, Fernandópolis e de diversas cidades da região foram identificados entre os 763 extremistas que foram encaminhados aos presídios de Goiás, acusados de participarem da invasão e destruição no último domingo, 8 de janeiro, em Brasília-DF. A lista de manifestantes presos tem pelo menos oito nomes de Rio Preto e região identificados pela reportagem do jornal Diário da Região e da TV TEM, afiliada à TV Globo na região.


De acordo com a relação divulgada pelo governo do Distrito Federal às 18h desta quarta-feira, 11, são 498 homens e 265 mulheres.


De acordo com o jornal, na relação estão a empresária de Rio Preto Lucienne Serafim Nogueira Gois, que mora em um condomínio de luxo da cidade. Há postagens dela nas redes sociais em que aparece no famoso acampamento de Brasília, que foi desmobilizado depois da barbárie na Praça dos Três Poderes.


Outra rio-pretense que está na lista de presos é Lucenir Bernardes da Silva. Ela não possui postagens sobre sua presença em Brasília nas redes sociais.


Na relação de presos da região, atualizada até o final dessa quarta, 11, constam ainda seis pessoas que estavam nos ônibus que tiveram dados detalhados encaminhados ao Supremo.


A reportagem identificou entre os presos quatro nomes de Mirassol: Luciano dos Santos Rossi, Ray Aparecido Travassos, Gustavo Barco Ravenna e Rafael Antonio Ribeiro Meloze. E também Jair Domingues de Morais, de Fernandópolis, e Kingo Takahashi, de Votuporanga.


A relação de presos vem sendo atualizada várias vezes ao longo do dia. Segundo o Diário apurou, as audiências para análise de pedidos de soltura podem demorar até 30 dias. Familiares de pessoas de Rio Preto que estão presas viajaram para Brasília com o objetivo de acompanhar a situação.


Votuporanguense preso diz à polícia que teve hotel e viagem pagos
De acordo com o site G1, portal eletrônico da TV Globo, o empresário de Votuporanga Kingo Takahashi, um dos bolsonaristas presos pelos ataques ocorridos na Praça dos Três Poderes, contou em depoimento à polícia que teve as despesas pagas para participar dos atos antidemocráticos. Kingo relatou que parte do grupo que estava no Quartel-General do Exército realizou uma vaquinha para custear a viagem e o hotel de quem quisesse ir a Brasília-DF. 
Durante depoimento à polícia, o bolsonarista também disse que “trouxe R$ 150” para ficar no Distrito Federal, bem como afirmou que não sabia os nomes ou as características dos organizadores do QG.


Em vídeos publicados nas redes sociais, Kingo aparece perto da rampa do Congresso Nacional, acompanhado de outros pessoas que participaram dos atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro.


“Vamos derrubar os bandidos. Vamos acabar com esses vagabundos. Isso é melhor que show de rock”, disse na gravação. 


Três moradores da região são apontados como financiadores e podem ter os bens bloqueados
Segundo o G1 Rio Preto, três moradores da região noroeste paulista estão incluídos no pedido encaminhado pela Advocacia-Geral da União (AGU) a Justiça Federal bloquear R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas que financiaram o transporte dos envolvidos nos atos de terrorismo na Esplanada dos Ministérios. A quantia bloqueada seria usada para ressarcir o Poder Público pelos danos causados aos prédios, quando houver condenação judicial nesse sentido. 


São eles: Jean Franco de Souza, de Mirassol; João Carlos Baldan, de São José do Rio Preto, e Rosângela de Macedo Souza, de Riolândia. Segundo apuração do G1, Jean e Rosângela fretaram dois ônibus que saíram de Votuporanga. Cinco passageiros estão na lista de presos pelos atos de terrorismo no Distrito Federal. Já João fretou um ônibus que saiu de Rio Preto. O bolsonarista usava as redes sociais para divulgar vídeos e pedir apoio aos atos antidemocráticos. Ele também publicava gravações nos acampamentos em Brasília.

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