Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Luís Henrique segue Rodrigo Garcia em apoio a Tarcísio, mas deve deixar o PSDB

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O prefeito de Jales. Luís Henrique Moreira (PSDB) anunciou nesta semana que  apóia o candidato a governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O anúncio foi feito no começo da tarde de terça-feira, 4 de outubro, em vídeo postado em seu perfil pessoal no Facebook e Instagram. “No primeiro turno, todos sabem, votei e apoiei o governador Rodrigo Garcia e o presidente Bolsonaro. E agora, no segundo turno, estarei ao lado do governador Tarcísio de Freitas, por me pautar no combate à corrupção e sempre colocar as famílias em primeiro lugar. Por essa razão, escolhi também o Bolsonaro”, disse.


“Não poderia jamais apoiar um candidato que foi condenado e preso no maior escândalo de corrupção do nosso país. Jales é centro de região, é referência na saúde e um município agro que precisa de um governador e presidente que defendam a nossa força motriz”, prosseguiu.


Ao final do vídeo, LH indica que está preocupado com o andamento das obras prometidas pelo governador Rodrigo Garcia, que não terá mais o comando do Poder Executivo a partir do começo do ano. “Temos muitas obras em andamento, muitas coisas boas acontecendo em Jales que dependem do Governo do Estado, que não podem parar e não vão parar. Por isso, vou continuar sendo coerente e neste segundo turno, vou defender e apoiar o candidato Tarcísio de Freitas para governador”. Tanto o candidato a governador quanto a presidente foram marcados na postagem. 


O movimento do prefeito acompanha o mesmo caminho trilhado poucas horas antes pelo atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) que ficou em terceiro lugar na eleição do dia 2, e o Partido Progressistas (PP) do seu principal aliado na Câmara Federal, o deputado Fausto Pinato. 


O candidato a vice-governador, Geninho Zuliani (UB), deputado federal que termina o seu mandato no fim do ano, declarou através das suas redes sociais que tomou a mesma decisão. 


IMPLOSÃO
O anúncio de Rodrigo, porém, expôs o que todo mundo suspeitava: O PSDB é um partido fracionado e em vias de extinção ou de fusão com outra legenda, assim como fizeram DEM (antigo partido de Rodrigo) e PSL que se uniram para formar o União Brasil.


Logo depois do anúncio do governador, ao menos quatro secretários estaduais pediram demissão. Rodrigo Maia (Projetos Estratégicos), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Laura Machado (Desenvolvimento Social) e Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) não concordaram com a decisão do chefe. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também anunciou que vai deixar o partido.


Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a decisão também surpreendeu o diretório estadual do PSDB. O presidente do partido em São Paulo, Marco Vinholi, foi informado enquanto almoçava, pouco antes do anúncio. Segundo o diretório estadual, Garcia, que está filiado há pouco tempo no partido, não respeitou os ritos e agiu como se fosse um cacique solitário em sentido contrário de Aloysio Nunes, José Aníbal e José Serra e praticamente inviabilizou uma relação futura com o partido no Estado.


A legenda também não estava satisfeita com a postura do governador paulista que preferiu adotar uma posição neutra em vez de seguir o Diretório Nacional e apoiar Simone Tebet (MDB), candidata que concorreu pela coligação do MDB, a federação PSDB-Cidadania e Podemos. 


Quase de forma simultânea, o PSDB nacional se reuniu virtualmente e decidiu liberar os diretórios estaduais para apoiar qualquer um dos candidatos no segundo turno. 


PSDB x PSDB
A situação em Jales não é diferente. São cada vez mais fortes os rumores de que o prefeito Luís Henrique deixará o partido em breve. Não é para menos. Os vereadores da legenda parecem não compreender que Partido Político é sinônimo de time, equipe ou grupo e que foram eleitos com a mesma plataforma de governo e os mesmos objetivos propositivos do prefeito. 


Enquanto o presidente da Câmara engaveta assuntos de interesse do prefeito e coloca em votação temas contrários ao Paço Municipal, o outro vereador tucano já protocolou várias representações contra o prefeito no Ministério Público. Por falta de qualquer fundamentação jurídica, todas foram devidamente arquivadas, mas isso não esconde a sua intenção de impor uma Ação Judicial de improbidade administrativa ao prefeito do seu próprio partido. 


Não satisfeito com os sucessivos fracassos no MP, o vereador protocolou um requerimento de abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) contra a administração. Somadas, as investidas dos outros quatro opositores da administração não se comparam em número e agressividade às suas ofensivas, dignas do maior oposicionista no Legislativo. 


Tudo isso diante da omissão dos dois maiores líderes regionais tucanos, a deputada Analice Fernandes (madrinha de Luís Henrique e dos dois vereadores) e Carlão Pignatari, que pouco ou nada intervem no Diretório Municipal de Jales. O próprio presidente do Diretório, que foi praticamente nomeado por Analice, não se pronuncia publicamente, ignorando o cargo de liderança que deveria exercer. 


A postura fratricida indica que os correligionários querem anular a eleição do primeiro prefeito tucano de Jales em mais de 22 anos. O último foi José Carlos Guisso, em outubro de 2000. Depois dele, só Pedro Manoel Callado, que foi eleito vice-prefeito e tomou posse graças à cassação da titular, Eunice Mistilides. 

 

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