Laudo emitido pela empresa Carmona Soluções de Engenharia, no dia 27 de outubro último, classificou com nota dois (numa escala que vai até cinco) a situação funcional do viaduto Antônio Amaro, na Avenida Francisco Jales. “Há danos que comprometem a segurança estrutural do viaduto, sem risco iminente. Sua evolução pode levar ao colapso estrutural. A obra necessita de intervenções significativas a curto prazo”, atestou a empresa especializada, classificando a situação funcional do viaduto como “ruim”.
A empresa levou em consideração a Norma Técnica 9452 de 2019, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que trata dos procedimentos para a inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto. Ou seja, a norma possui como escopo a especificação das exigências para a realização de inspeções que objetivem avaliar o estado de conservação de Obras de Arte Especiais (OAE) de concreto. O documento estabelece os conceitos pertinentes às inspeções, orienta quanto aos processos de coleta e registro de dados e define os critérios de classificação, provendo assim instrução aos inspetores e gestores que a utilizem.
A metodologia de avaliação da NBR 9452 consiste na atribuição de notas de classificação, de modo a representar as anomalias identificadas na inspeção da ponte em um valor numérico que caracterize a condição geral da estrutura. As notas de classificação são apresentadas em uma escala de cinco níveis que variam de 1 a 5, da condição crítica à excelente, respectivamente. A avaliação deve ser realizada segundo os parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade, sendo atribuída uma nota para cada um destes. O viaduto não alcançou nota máxima em nenhuma delas.
São definidos como parâmetros estruturais os aspectos relacionados à segurança e estabilidade estrutural da ponte; parâmetros funcionais, os que influem no desempenho satisfatório da obra, como conforto e segurança dos usuários em condução, e como parâmetros de durabilidade os aspectos que possuem impacto direto na vida útil e manutenção da estrutura.
Conforme recomendado pela NBR, a empresa elaborou um quadro que correlaciona cada parâmetro com as notas de classificação, contendo breve descrição da condição característica da obra.
A norma define os seguintes parâmetros: estrutural, funcional e durabilidade, por meio de atribuição de notas de 5 a 1, sendo 5 — Excelente; 4 — Boa; 3 — Regular; 2 — Ruim; 1 — Crítica.
Ao lado da classificação, a vistoria emite um sucinto parecer justificando a nota. Assim, o quesito estrutural recebeu nota quatro, que significa condição boa. “A estrutura apresenta danos pequenos e em áreas, sem comprometer a segurança estrutural”.
Mesma classificação para o parâmetro Durabilidade. “O Viaduto apresenta pequenas e poucas anomalias, que comprometem sua vida útil, em região de baixa agressividade ambiental”, atestou.
Em 2015, o IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo) constatou, em uma vistoria, que a construção precisava de reforço na estrutura e solicitou o impedimento da circulação de veículos com mais de 6 toneladas. A proibição entrou em vigor em 1º de junho de 2015, mas não tem sido cumprida à risca. Em parte pela fiscalização deficiente.
CREA DE JALES
As informações são do secretário de Desenvolvimento Urbano, Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Manoel de Aro, em resposta a um pedido de informações do vereador Ricardo Alexandre Fernandes Gouveia.
O parlamentar questionou a Prefeitura sobre a segurança do viaduto Antônio Amaro e sobre uma possível colaboração do CREA (Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia) de Jales na avaliação do estado atual de segurança da construção.
No requerimento datado de 25 de outubro, Ricardo Gouveia afirma que o viaduto Antônio Amaro tem problemas sérios em sua estrutura e que já foi avaliado que não pode suportar veículos acima de uma determinada tonelagem. Ele ressalva que esta limitação é frequentemente desrespeitada, o que gera o risco de desabamento do viaduto, com danos graves em diversas dimensões.
O vereador perguntou “qual é a condição de segurança atual do Viaduto Antônio Amaro; De quando é a última avaliação de segurança do viaduto; Se a Prefeitura Municipal pode solicitar ao CREA de Jales que faça uma avaliação da segurança do viaduto e sobre possíveis intervenções urgentes e necessárias”; E se a Prefeitura Municipal já conseguiu viabilizar recursos para fazer intervenções de segurança no Viaduto.