Oficialmente, o secretário de Saúde, Aléxis Kitayama só deixa o cargo no último dia do mês, segunda-feira, mas desde a última quarta-feira, 26 de maio, a nova secretária já iniciou a transição, visitando a secretaria, locais de atendimento e revendo alguns de seus antigos colegas. Nilva Gomes Rodrigues de Souza já ocupou a pasta nos governos de Nice Mistilides e Pedro Callado.
Ela disse ao jornal A Tribuna que ainda estava se inteirando da situação, mas adiantou que pretendia “dar continuidade no que vem dando certo e usar a experiência no que puder melhorar”.
Segundo Nilva, o prefeito Luís Henrique não lhe deu nenhuma orientação específica sobre nenhum setor, mas ela mesmo elencou pelo menos duas prioridades. “Especificamente não, mas no momento precisamos resolver os contratos de médicos para algumas unidades que estão faltando e priorizar as demandas da Covid-19”.
A tarefa de Nilva não é fácil. A Secretaria de Saúde é um dos setores que mais requer demanda da população, ainda mais em tempos de pandemia, onde as exigências aumentam e os problemas se acumulam.
Neste ano e no ano passado, a pasta figurou em terceiro lugar no número de demandas abertas na Ouvidoria Municipal, atrás apenas das secretarias de Desenvolvimento Urbano, Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano (antiga Secretaria de Obras) e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente.
A falta de médicos em alguns ESFs (postinhos de saúde) é outro motivo de reclamação da população. Apesar dos esforços da administração para contratar novos profissionais, está cada vez mais difícil atraí-los para o serviço público. O jornal apurou que aproximadamente quatro postos de saúde estão precisando de médicos.
De acordo com o Portal da Transparência, a empresa contratada para fornecimento de médico generalista para o posto da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Zilda Arns, no Jardim Novo Mundo, recebeu R$ 25.544,36 pelos serviços prestados nos três primeiros meses deste ano. Média de pouco mais de R$ 8 mil.
A empresa contratada para fornecimento de profissional para a mesma função na Unidade de Saúde Shiguero Kitayama, recebeu R$ 49.521,91 pelos atendimentos nos meses de janeiro fevereiro, março e abril, resultando numa média de R$ 12.500 mensais.
De forma simplificada, vale esclarecer que, como não são servidores concursados, os médicos dos ESFs precisam ter uma empresa formalizada para participarem de concorrência pública, através da qual são contratados. Os vencimentos supostamente baixos, têm sido apontados como desestimulantes.
CURRÍCULO
Nilva Gomes Rodrigues de Souza é formada em Estudos Sociais, com especialização em Saúde Pública pela Unaerp, de Ribeirão Preto e Gestão em Saúde, pela Unifesp.
Foi secretária de Saúde durante a gestão da prefeita Nice Mistilides Silva e permaneceu no cargo quando o vice, Pedro Callado assumiu por conta da cassação da titular. Nilva deixou a pasta em 2015 de forma espontânea e pacífica.