Números publicados pelo Vacinômetro, sistema baseado nas informações fornecidas pelas secretarias de Saúde, mostram que 27,89 % da população jalesense tinha sido vacinada até o fim da tarde de quarta-feira, 12 de maio. A primeira dose tinha sido aplicada em 13.371 pessoas enquanto 7.400 tinham recebido a segunda dose. Esses números poderiam ser melhores, caso todas as pessoas que têm direito de receber a segunda dose tivessem comparecido aos locais de vacinação para serem definitivamente imunizados. É que, assim como na maior parte do pais, muitas pessoas recebem a primeira dose, mas não aparecem para receber a segunda.
Os laboratórios fabricantes das vacinas alertam que elas só são eficazes, se forem aplicadas em sua totalidade. Ou seja, para que alcancem sua capacidade máxima de proteção, é preciso tomar a primeira e a segunda dose, dentro do prazo estabelecido. A Coronavac em torno de três semanas e a Astrazeneca em torno de três meses.
Segundo o Ministério da Saúde, na segunda semana de abril, mais de 1,5 milhão de pessoas precisavam tomar a segunda dose da vacina. No Estado de São Paulo esse número chegava a 350 mil pessoas.
Em Jales, a Secretaria de Saúde ainda não conseguiu contabilizar o número de faltosos, mas já detectou que eles existem. Com base na discrepância entre o número de pessoas que tomaram a primeira dose e o daqueles que não compareceram para tomar a segunda, a pasta tem feito uma espécie de busca ativa por telefone, mas em alguns casos, não confirmou essa ausência.
“Estamos avaliando os dados do sistema Vacivida com muita atenção e cuidado, pois temos um relatório de faltosos para a segunda dose, mas diante das ligações telefônicas que estamos fazendo para convocar essas pessoas para tomar a vacina, percebemos que muitas já foram vacinadas. É que houve um erro no registro dessa dose. Ainda não sei te dizer ao certo o número real de faltosos, mas existe”, explicou a coordenadora da vacinação em Jales, Renata Forti Rachieli.
DOENTES VACINADOS
Por outro lado, algumas pessoas têm usado a incidência da Covid-19 em pessoas já vacinadas, especialmente idosos, para colocar em dúvida a eficácia das vacinas. Isso também foi descartado pela coordenadora, que ratificou a importância dos imunizantes.
“Em relação a pessoas vacinadas contraírem a doença, isso pode acontecer.
Mas precisamos avaliar várias coisas: se a pessoa tomou uma ou duas doses da vacina e se o tempo que ela tomou a vacina foi suficiente para criar anticorpos. Mas de modo geral, a eficácia maior das vacinas é prevenir casos graves e óbitos numa porcentagem bem maior”.
Um estudo feito com mais de 20 mil profissionais da saúde do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), que foram vacinados contra a Covid-19 com a vacina CoronaVac, mostrou a eficiência do imunizante em comparação ao restante da população que não tomou a vacina. A CoronaVac é fabricada pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac e vem sendo aplicada no país por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Segundo o estudo, após os profissionais da saúde terem tomado as duas doses do imunizante, a taxa de eficiência da CoronaVac encontrada foi de 50,7% duas semanas após tomar a segunda dose, e de 73,8% a partir de cinco semanas da aplicação da segunda dose.