O prefeito Luís Henrique divulgou um vídeo no começo da tarde de sexta-feira, 29 de março, para chamar a atenção dos jalesenses sobre os riscos quais todos estão submetidos por conta da pandemia de Covid-19. “Eu peço pela vida: respeitem esse momento que é muito grave. Hoje, o rico, o pobre, o senhor, a senhora, o jovem e todos nós, corremos risco de morte”.
Com forte teor emotivo, o prefeito alertou para as condições em que se encontra o sistema de saúde da cidade e da região e fez uma breve prestação de contas sobre as medidas tomadas. O vídeo foi recebido por muitos como um prenúncio de que novas medidas de restrição podem ser anunciadas nos próximos dias.
“Não vou mentir, não quero enganar ninguém. A realidade deste momento nos remete a cenas de terror. Alguma coisa precisa acontecer e isso só será possível com a colaboração e a abdicação pessoal de cada um”, disse.
“Há dias a nossa Santa Casa está com lotação máxima. Nós adaptamos a UPA e aumentamos os leitos [mas ainda assim] temos pacientes intubados esperando por vaga em UTI na Unidade de Pronto Atendimento e outros faleceram, sem atendimento especializado. Não conseguiram esperar. O número de notificações só aumenta. Nossas unidades de saúde estão cheias e nossos profissionais estão exaustos. A vida pede socorro”, alertou.
Luís informou que contratou 50 profissionais em caráter emergencial, antecipou a vacinação de algumas faixas etárias, determinou a compra de medicamentos, insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), e ampliação dos contratos para aquisição de oxigênio.
“Estamos entrando em um estágio crítico da pandemia. Preciso informar ao senhor, a senhora e aos jovens, que as cenas que assistimos em Manaus, quando pacientes morreram asfixiados por falta de oxigênio, infelizmente podem acontecer aqui. Cidades da região já não estão conseguindo comprar ‘o sopro da vida’ e precisamos evitar que isso ocorra aqui”.
O prefeito chamou para si a responsabilidade de tomar decisões, inclusive de combate à doença, e deixou transparecer que novas medidas restritivas podem ser tomadas em breve.
“Estamos seguindo o Plano São Paulo e não preciso dizer que isso significa sacrificar nosso comércio, o setor de serviços e tantos outros e digo mais, se pela vida, qualquer outra medida mais restritiva se tornar necessária, nós a tomaremos. Não me preocupo neste momento se serão ações impopulares. O que vale é a vida. Como prefeito não posso e não vou me omitir diante desse quadro tão grave, onde decisões precisam e devem ser tomadas e isso é agora. Não dá pra esperar. Amanhã pode ser alguém da minha ou da sua família, pode ser eu ou você que pode precisar de um leito e não encontrar”, alertou.