Para a zona rural, a chegada de chuvas consistentes é uma excelente notícia. Com elas chegam também a esperança de colheita farta. Mas para os moradores da área urbana, a notícia pode significar transtornos, perdas e despesas. É o caso de alguns pontos do Jardim do Bosque, que treme só de ver as nuvens carregadas se formando.
Nesta semana, pelo menos duas moradoras enviaram fotos e relatos de problemas sérios que voltaram a acontecer. Mesmo com as obras em andamento, a rotina não muda e, em alguns casos, até vem piorando.
Na Rua Vereador Domingos Rossi Filho, uma das mais problemáticas, os moradores já passaram por poucas e boas. Já tiveram a passagem bloqueada por tubulação e já viram o asfalto novinho em folha ceder dando lugar a uma enorme cratera.
Na chuva desta semana, novamente os transtornos se repetiram. “Por favor, faça uma postagem sobre o Jardim do Bosque. Já liguei várias vezes na Prefeitura e me dizem que não tem caminhão pra recolher os entulhos, que os fiscais têm muito serviço, que os caminhões estão sendo concertados… enfim, sempre o mesmo blá blá blá de sempre”, disse uma moradora daquela rua.
“O imposto já chegou. E aí como ficamos? Pagamos em dia e não temos retorno?”, questionou.
As fotos enviadas por ela mostram uma galeria feita na semana passada totalmente danificada, com vários buracos causados pela erosão à volta. Também há um monte de lixo acumulado que foi jogado pelos próprios moradores na esquina.
“E sem contar que na semana passada o pessoal da empresa deixou até as marmitas vazias em frente ao terreno e espalhadas pela calçada”, reclamou.
Na mesma rua, há várias calçadas destruídas ou danificadas, segundo os moradores, pelas próprias máquinas da empreiteira.
Outra moradora do bairro, da Rua Doutor Ovídio Pinheiro, também enviou fotos de calçadas com danos semelhantes. As galerias não comportam a água da chuva, que desce com enxurrada, alaga toda a rua e destrói calçadas e asfalto.
“Aqui está tudo muito caótico. É dinheiro saindo pelo ralo, dos serviços que eles mesmos fizeram”, disse.
Obra tem que ser entregue em cinco semanas
Em reposta a um requerimento dos vereadores Hilton Alessandro Marques de Oliveira e Rivelino Rodrigues, que pediram diversas informações sobre a execução de sistemas de captação e drenagem de águas pluviais, pavimentação e recapeamento asfáltico em diversas ruas do Jardim do Bosque, o secretário Manoel de Aro disse que o valor contratual é de R$ 2.835.873,18 e que já foram feitos cinco pagamentos, sendo o mais recente em outubro do ano passado, no valor de R$ 869.903,02. O montante é referente aos serviços de drenagem urbana, locação e nivelamento de tubos, assentamento de tubos, movimentação de terra (escavação e reaterro), execução de caixas de passagem e poços de visita, execução de chaminés para poço de visita e instalação de tampão articulado em ferro fundido, estruturas de captação de água (boca de leão), entre diversos outros.
A Ordem de Serviço para o início da obra é de 23 de outubro de 2019 e a vigência contratual prevista inicialmente é de 18 de abril de 2020, mas a data prevista para conclusão das obras é 12 de abril de 2021, portando exatamente daqui a cinco semanas.
O município negou que a obra esteja paralisada, informando que notificou a empresa por duas vezes para que aumentasse o contingente de operários no canteiro de obras.
Sobre uma das maiores reclamações dos moradores, a falta de calçamento em terrenos da Prefeitura, o secretário confirmou que a construtora já oficiou a Prefeitura sobre o problema e que no dia 2 de fevereiro último respondeu a solicitação, informando que os proprietários dos imóveis sem calçamento foram notificados quanto à necessidade de sua execução num prazo de 90 dias. “Nos lotes de propriedade do Município, as mesmas também serão executadas com a maior brevidade possível”.
“Empecilhos no escoamento de água, como rampas de entrada na sarjeta dos imóveis, também serão notificados na medida em que os mesmos forem detectados, uma vez que afetam diretamente na funcionalidade das obras”.
“A fiscalização da execução dos serviços é realizada frequentemente, a entrega ocorre durante o exercício da obra, uma vez que são medidos serviços completos e não trechos completos. Vale ressaltar e esclarecer que a contratada tem a obrigação de corrigir ou refazer, às suas custas, quaisquer serviços que forem detectados com execuções em desacordo com as especificações dos projetos executivos, memoriais descritivos, planilhas e processo licitatório”, conclui a resposta aos vereadores.