Delegado de polícia há 23 anos, o responsável pelo Necrim (Núcleo de Conciliação Criminal) de Jales, Edson Satoru Sakashita, é um dos possíveis candidatos a deputado estadual que pretendem representar os cidadãos de Jales e região na Assembleia Legislativa a partir de 2019. Ele se apresenta como opção de renovação e segue as posições do seu padrinho político, Luiz Flávío Gomes, com quem manteve sociedade em uma empresa de cursos na área jurídica.
Em uma breve visita à redação do jornal A Tribuna esta semana, Sakashita disse que uma de suas principais bandeiras é o que ele chama de “voto faxina”, que significa “limpar” o Poder Legislativo, tirando os políticos com ficha suja ou até mesmo aqueles sob investigação. “Temos que conseguir recursos para a Santa Casa, para infraestrutura, Educação, para aumentar o salário dos servidores públicos, mas não tem como chegar a isso sem estancar a sangria da corrupção. Por dia são desviados R$ 600 milhões dos cofres públicos, incluindo a União, estados e municípios, isso equivale a R$ 25 milhões por hora. Esse dinheiro faz falta. É preciso tirar os corruptos através do voto faxina”.
Muito bem articulado e com discurso coerente, Sakashita ressalva que não se trata apenas de escolher o “novo pelo novo”, mas de escolher candidatos sem antecedentes de envolvimento com negociatas, mas que sejam preparados para a função legislativa. “Tem que ter pessoas notadamente com retidão de caráter, mas com capacidade técnica e preparada porque do contrário, o cara é íntegro e probo, mas chega lá e não sabe nem o que está fazendo, não sabe nada do processo legislativo”, disse.
Perguntado sobre como pretende convencer os eleitores de que é uma alternativa melhor do que os deputados que se apresentam como representantes da região há alguns mandatos, o delegado reconheceu as dificuldades, mas disse acreditar que o povo já entendeu que eles fracassaram. “Eles fazem parte do insucesso da estrutura da nossa região. Já demonstraram comprovadamente que não está dando certo. Pelo menos para Jales, que quer ser centro de região. Definitivamente está faltando alguma coisa. Se a população não perceber isso, estará sendo pouco racional. Nós precisamos eleger o nosso puro sangue. Chega da velha política de liberar emendinha, de mixaria para Jales. Não é justo que um certo político diga que olha por Jales e libera R$ 50 mil pra cidade”, disparou.
Sakashita nega que tenha entrado na disputa apenas para servir de cabo eleitoral para o seu padrinho e frisa que não quis se candidatar pelo mesmo partido exatamente para ter chances reais de vencer. “Eu disse ao Luiz Flávio que não iria para o PSB, que é o partido dele porque o coeficiente eleitoral (número de votos necessários para ser eleito) lá é de 80 mil e eu não dou conta. Disse que não iria entrar só para fazer graça para ele, então escolhemos o PHS, onde eu precisarei de uns 23 ou 24 mil votos”.