O jurista e professor universitário Luiz Flávio Gomes, que lidera o movimento “Quero Um Brasil Ético”, proferiu palestra na Câmara Municipal de Jales na última terça-feira, 12 de dezembro, sobre as medias de combate à corrupção e a operação Lava-Jato. Poucas horas antes, ele recebeu o jornal A Tribuna para um bate-papo no auditório da Central de Polícia Judiciária. A reportagem foi convidada pelo delegado Edson Sakashita, amigo e ex-sócio do professor.
Entre outras coisas, Luiz Flávio Gomes disse que normalmente os corruptos começam a cometer seus crimes quando estão no início da carreira política, mas que é no nível administrativo municipal onde a percepção da corrupção é mais difícil. “No município, a imprensa pode até divulgar alguma coisa de vez em quando, mas o alcance não é o mesmo dos grandes noticiários nacionais. Em nível nacional a percepção é bem diferente. Segundo pesquisas de institutos internacionais, a população acredita que 97% dos políticos exerce o poder em benefício próprio, e não para o bem comum”.
Na Palestra “Lava Jato: ética, cidadania e novas lideranças”, o jurista falou sobre os caminhos para uma transformação efetiva do Brasil em prol de uma realidade mais ética e cidadã. Utilizando a Operação Lava Jato, que ele chamou de “a maior inovação que já existiu na justiça criminal brasileira”, como pano de fundo, Luiz Flávio falou sobre os meandros e malandragens instalados no espectro do sistema político-empresarial corrupto.
O discurso de metralhadora giratória no qual critica desde o Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Contas, partidos políticos, Congresso e imprensa não esconde as pretensões políticas e o enorme esforço para se mostrar enquadrado na ansiedade popular. “Sou pré-candidato a deputado federal e todos nós que estamos nesses movimentos estaremos na política no ano que vem. As pessoas de bem não podem se afastar da política porque estarão abrindo espaço para o mal”, ressaltou.