Entre 2012 e 2023, Jales registrou nada menos que 1.563 notificações de acidentes de trabalho. No ano inicial da contagem foram 118 e no último ano chegou a 279, em números absolutos representa um aumento de 161 ou 136,4% no período. Sem contar os que não foram notificados por motivos diversos, como falta de registro em carteira de trabalho ou em atividade informal. O pico aconteceu exatamente no ano final.
Provavelmente por ser o estado mais populoso e com o maior número de trabalhadores, São Paulo lidera essas estatísticas com 2.567,727 casos. A evolução, porém, foi menor do que em Jales. Em 2012 foram 200.448 notificações e em 2023 apenas 263.325, elevação de pouco mais de 30%.
Os números são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho entre os anos de 2012 e 2024, um repositório estatístico com informações públicas e oficiais da área da Previdência Social, que mostra números de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais registrados, perfil dos afastamentos (inclusive por transtornos mentais), perfil dos acidentes, segmentos econômicos que mais acidentam, tipos de lesão, gastos previdenciários, número de mortes por acidente de trabalho, estimativa de subnotificação de acidentes e doenças ocupacionais, dentre outras, com a possibilidade de levantar os números por município e/ou por estado da Federação.
Dentre os recortes nacionais, destaca-se o registro de 8,8 milhões de acidentes do trabalho e 32 mil mortes no emprego com carteira assinada (um óbito a cada 3,5 horas) no período de 2012 a 2024.
Foram notificados 8.824.286 acidentes entre 2012 e 2024. No mesmo período, 31.981 desses acidentes resultaram em morte. Calcula-se que 1 morte seja notificada a cada 3h 33m 56s.
Também entre 2012 a 2024, apuraram-se 573.797.179 dias de trabalho perdidos. O gasto com esses benefícios, desde 2012, em valores nominais, já chega a R$ 173 bilhões de reais. De 2012 a 2024, esse gasto, incluindo benefícios iniciados em anos anteriores, chega a R$173.924.927.001,8 (R$1 gasto a cada 2minutos).
Os números do SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) incluem todos os trabalhadores atendidos pelo SUS no período. O SINAN é alimentado sobretudo por notificações de casos de doenças e agravos da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria MS nº 4/2017). O total inclui os seguintes casos monitorados com ênfase pela Vigilância em Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde: Acidente de Trabalho Grave, Acidente por Animais Peçonhentos, Câncer Relacionado ao Trabalho, Dermatoses Ocupacionais, Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico, Intoxicação Exógena Relacionada ao Trabalho, LER/DORT, Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) Relacionada ao Trabalho, Pneumoconioses Relacionadas ao Trabalho e Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho.
Esses números se referem a trabalhadores que ou laboraram com vínculo de emprego, com carteira assinada e no âmbito do Regime Geral da Previência Social. Não foram incluídos, por ora, exceto quanto ao SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação), os servidores estatutários ou trabalhadores informais.
Os benefícios por incapacidade temporária associados à saúde mental no trabalho mais do que dobraram no último biênio, passando de 201 mil em 2022 para 472 mil em 2024 (aumento de 134%), destacando-se afastamentos acidentários por reações ao estresse (28,6%), ansiedade (27,4%), episódios depressivos (25,1%) e depressão recorrente (8.46%).
Entre as principais causas estão Atividades de atendimento hospitalar com 655.078 notificações; Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados com 235.044; Transporte rodoviário de carga com 169.540 notificações; Construção de edifícios com 152.042 ; Abate de suínos, aves e outros pequenos animais com 128.451; Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas com 111.590 notificações. A Administração pública em geral aparece em 7º lugar com 165.736 notificações.
Número de acidentes de trabalho subiu 136,3% nos últimos dez anos
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