Em 2025, com base em modelagens, há previsão de aumento na incidência de casos dengue em seis estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Esses estados estão sendo monitorados ainda mais de perto pelo Ministério da Saúde que enviou equipes para São José do Rio Preto, uma das nove cidades que notificaram ao MS decretos de situação de emergência em saúde pública relacionados às arboviroses. Além de Rio Peto,Tanabi, Potirendaba e Araçatuba são outras cidades da região que decretaram estado de emergência.
Números disponibilizados pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde afirmam que até o dia 16 de janeiro, quinta-feira, Jales tinha 85 casos prováveis de dengue com o primeiro sintoma apresentado em 2025. Nenhum óbito. 59% dos pacientes eram do sexo masculino. A maioria com idade entre 30 e 59 anos.
Porém, a possibilidade de ocorrer uma explosão de casos nos primeiros meses de 2025 não é nada desprezível, se o ritmo se mantiver como nos últimos meses de 2024.
Em outubro, ainda segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 38 casos. Em novembro mais que dobrou, foram 76. E em dezembro, uma explosão, saltando para 224 casos.
Em entrevista à Rádio Assunção, a coordenadora da Equipe Municipal de Combate às Endemias, Vanessa Luzia da Silva, falou que a cidade está em alerta por conta dos casos, e que hoje as regiões que mais preocupam são as do Jardim Arapuã e Jacb, que concentram o maior número de casos.
“Desde novembro percebemos um aumento dos casos de dengue na cidade, devido às altas temperaturas e o aumento de chuvas, que é normal nessa época do ano”, explicou Vanessa.
A Prefeitura de Jales, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Equipe de Controle de Dengue, iniciará no dia 21 de janeiro, próxima terça-feira, um grande Mutirão contra a Dengue, com o objetivo de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti e orientar a população sobre medidas preventivas. A ação contará com equipes de agentes de saúde e agentes de combate a endemias, que percorrerão todos os bairros da cidade até o dia 6 de março. As secretarias municipais de Obras, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, de Agronegócios e Bem-estar Animal, de Comunicação e de Educação, também são parceiras das ações.
CAMPEÕES EM DENGUE
Dados computados até quinta-feira, 16, mostram que Rio Preto tem 4.948 casos prováveis e Araçatuba 1.281. As duas maiores cidades do noroeste paulista lideram o ranking do país de casos prováveis de dengue, segundo o Ministério da Saúde.
São considerados casos prováveis de dengue aqueles confirmados por um ou mais testes laboratoriais, com base no material biológico. Entre as dez cidades com mais casos prováveis, oito estão no Estado de São Paulo. Entre elas também aparece Votuporanga, com 658.
As dez cidades com mais casos no Brasil são: Rio Preto com 4.948; Araçatuba com 1.281; Ribeirão Preto com 1.168; São José dos Campos, com 930; São Paulo (capital) com 876; Presidente Prudente com 665; Votuporanga com 658; Marília com 648; Brasília (DF) com 630; e Londrina (PR) com 628.
PRIMEIRA MORTE
A primeira morte por dengue do estado de São Paulo em 2025 é de um homem, de 56 anos, morador de Birigui. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira, 16.Segundo a Prefeitura de Birigui, a vítima tinha 56 anos e morava no bairro Jardim São Conrado. Em 2025, já foram confirmados 44 casos da doença na cidade e 324 estão em investigação. Em 2024, o município teve 4.087 confirmações e dois óbitos por dengue.
No estado de SP, 8.414 casos da doença foram confirmados nas primeiras semanas do ano, segundo dados atualizados na quarta-feira, 15. Outros 19,9 mil casos são investigados.
RIO PRETO
Em Rio Preto, o Boletim Médico divulgado no dia 2 informa que em dezembro de 2024 foram registrados 7.084 notificações pela doença, sendo 1.660 já confirmadas e 162 descartadas. Outras 5.262 estavam sendo investigadas.
No ano de 2024, Rio Preto contou 51.056 notificações por dengue, das quais 29.428 foram confirmadas, 15.206 descartadas e 6.422 seguem em investigação. Houve 19 óbitos no ano.
Uma das primeiras medidas do novo prefeito, Coronel Fábio Cândido, assim que assumiu, foi decretar estado de emergência em saúde pública devido ao aumento de casos de dengue. Dentre as medidas adotadas, o horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foi estendido até às 22h, e um mutirão de limpeza foi programado. de mais dez leitos no centro de hidratação. O atendimento funciona de forma provisória, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaguaré, desde o dia 25 de dezembro, 24 horas por dia, e agora soma 30 leitos.
O número de casos da doença aumentou 200% no ano passado, em relação a 2023. Foram 29.428 registros de casos positivos de dengue, sendo que 6.422 casos ainda aguardam exames para confirmação.
Nestes primeiros dias de 2025 já foram confirmados 903 casos positivos e há 5802 casos em investigação.
VOTUPORANGA
A Prefeitura de Votuporanga, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, publicou na manhã da quinta-feira passada, dia 9, em Diário Oficial, o Decreto Nº 18.168 que declara situação de emergência em saúde pública no Município, decorrente da proliferação do mosquito transmissor dos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika.
A medida foi tomada considerando o elevado número de casos de dengue acima do esperado em Votuporanga, conforme indicadores estatísticos da Secretaria Municipal da Saúde, informados pelo Boletim Epidemiológico e a necessidade de intensificação das ações de combate à dengue.
Considerou também a necessidade de estabelecer uma situação jurídica especial que permita o atendimento às necessidades temporárias de excepcional interesse público, em resposta à situação de emergência. “A Secretaria Municipal da Saúde de Votuporanga monitora diariamente o número de casos notificados, a positividade dos exames e as complicações (hospitalizações e óbitos), temos observado um aumento significativo no número de casos suspeitos no início de 2025, além do alto número que registramos em 2024. Este decreto é importante para que possamos ampliar nossas medidas para conter o avanço da dengue para que possamos evitar que mais pessoas percam suas vidas por uma doença que pode ser evitada”, justificou a secretária da Saúde, Ivonete Félix.
O decreto considera também o aumento dos índices pluviométricos, associado à elevação das temperaturas, fatores que intensificam a formação de criadouros do Aedes aegypti, e o Índice de Breteau de 1,3 registrado no município de Votuporanga, significativamente superior ao valor ideal menor que 1. Ainda pondera o consequente aumento da demanda por exames laboratoriais, consultas médicas, produtos e serviços de saúde e o expressivo aumento do número de consultas nas Unidades de Pronto Atendimento e demais unidades da rede, entre outras questões que podem ser consultadas no documento.
Na manhã de quarta-feira,15, a Prefeitura de Votuporanga apresentou novas medidas nas ações de enfrentamento à Dengue. Entre elas, a Contratação de Empresa para apoio ao trabalho dos Agentes de Saúde e Endemias;Autorização para aquisição e uso de drone no enfrentamento;Mutirão de Limpeza em Reservas Ambientais, Praças e Avenidas; Monitoramento em tempo real com aplicativo desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde; Parceria com o Ministério Público nos casos de recusa;
- Atividades didáticas nas escolas; Campanha de Orientação e Sensibilização nas mídias;Implantação do Ambulatório de Dengue (dengário); Ações desenvolvidas com as empresas parceiras.
De acordo com a Prefeitura, Votuporanga registrou no ano passado, 11.547 casos positivos e 608 em investigação, que resultaram em 14 óbitos, um recorde absoluto na região. Neste ano, são 3 positivos, 96 em investigação e nenhum óbito.
ARAÇATUBA
O prefeito de Araçatuba, Lucas Zanatta, também decretou estado de emergência em saúde pública devido ao aumento nos casos de dengue. O anúncio foi feito na manhã de terça-feira, 14, durante uma coletiva de imprensa. A cidade contabilizou mais de mil casos em 15 dias, conforme o estado.
Além do decreto, o poder público informou que fará a abertura de duas novas unidades de saúde para tratar pacientes com sintomas de doença. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos bairros Morada dos Nobres e Umuarama vão atender 24h. A previsão é de que esse serviço tenha início em um prazo de três dias.
SANTA FÉ
A Prefeitura de Santa Fé do Sul, por meio da Secretaria de Saúde, está realizando a Campanha Santa Fé contra a Dengue, com limpeza e nebulização veicular, em toda a cidade.
Os moradores devem retirar de suas casas e quintais tudo que possa servir de criadouro do Aedes aegypti, como garrafas, pratos de vasos de plantas, pneus, lonas, bebedouros de animais, latas de tintas, enfim, tudo que acumule água, e colocar na rua, em frente a sua residência, um dia antes da campanha.
A limpeza acontece sempre no primeiro dia da campanha, já no segundo dia tem nebulização, que passa sempre no início da manhã e ao entardecer. Por isso é importante que os objetos inutilizados sejam colocados na rua no dia anterior à ação.
FERNANDÓPOLIS
Assim como Jales, Fernandópolis decidiu não usar o chamado “Fumacê” como estratégia de combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A decisão foi confirmada pelo diretor de Saúde, Eberte Gonçalves Temponi, assessor direto do Secretário José Martins Pinto Neto, em entrevista à equipe da SECOM.
Segundo a Secretaria de Comunicação, o fumacê é um método que atinge apenas uma pequena parte dos mosquitos adultos que estão em voo no momento da aplicação. No entanto, não age sobre ovos e larvas, o que permite a continuidade do ciclo de vida do Aedes. Como resultado, o impacto do fumacê no controle efetivo da população do mosquito é limitado e temporário, não sendo suficiente para conter surtos ou epidemias de forma sustentável.
Além da baixa eficácia, o fumacê representa sérios riscos ao meio ambiente. O uso de inseticidas químicos compromete o equilíbrio ecológico ao afetar não apenas os mosquitos, mas também outros insetos benéficos, como abelhas e borboletas, essenciais para a polinização. Há, ainda, a possibilidade de contaminação do solo, da água e do ar, contribuindo para problemas ambientais mais amplos.
Os riscos à saúde humana também são preocupantes. A exposição ao fumacê pode provocar irritação nos olhos, pele e vias respiratórias, além de náuseas e, em casos mais graves, crises alérgicas ou intoxicação, principalmente, em crianças e idosos.
Enquanto isso, a Prefeitura de Fernandópolis intensificou a fiscalização no combate à dengue. Na manhã de segunda-feira, equipes de agentes de saúde realizaram vistorias em residências com o objetivo de identificar e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti.
Dirigentes do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Jales (GVE XXX) estiveram na manhã de terça-feira, 14, no auditório da Universidade Brasil, ministrando palestras para coordenadores da Saúde Pública de Fernandópolis.
Cerca de 40 agentes estiveram no encontro, que traçou técnicas de elaboração de planos de contingência, inclusive com dados estatísticos e formas de enfrentamento da epidemia.
Discutiu-se a formação de equipes interdisciplinares e a possibilidade da decretação de emergência pública. O médico Manoel Paz Landim, interlocutor de zoonoses do GVE XXX, que tem sede em Jales, orientou os profissionais sobre os mais recentes protocolos de atendimento aos casos suspeitos e revelou um dado que chamou a atenção: os óbitos registrados ocorrem, em 51,4% dos casos, em pacientes acima dos 65 anos.
Equipes multidisciplinares deverão atuar diretamente no comando da operação, orientando todos os profissionais do setor da saúde quanto às novas formas de abordagem.
URÂNIA
A Vigilância Epidemiológica de Urânia aguarda o resultado do exame que vai confirmar se uma morte registrada dia 6 de janeiro na cidade foi ou não causada por dengue.A paciente é uma mulher de 62 anos, que segundo a Vigilância Epidemiológica passou mal e foi socorrida à Santa Casa de Urânia mas não resistiu. Do dia 1º ao dia 13 de janeiro, Urânia registrou cerca de 240 notificações de dengue.
A Prefeitura mobilizou na quinta-feira, 16, uma força-tarefa de limpeza em residências com o apoio da Vigilância Sanitária. A ação, realizada em locais estratégicos da cidade, teve como objetivo promover a saúde pública, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida das famílias atendidas. Durante a força-tarefa, equipes realizaram a limpeza de quintais, remoção de entulhos e materiais que poderiam servir de criadouros para o mosquito transmissor de doenças como dengue. Além disso, os moradores foram orientados sobre a importância da manutenção da higiene e organização de seus ambientes. A Secretaria de Saúde também tem aplicado inseticida através de nebulização veicular, o chamado “fumacê”.
AEDES AEGYPTI
Aedes aegypti: é o nome científico de um mosquito ou pernilongo cuja característica que o diferencia dos demais mosquitos é a presença de listras brancas no tronco, cabeça e pernas. É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer.
Por ser um mosquito que vive perto do homem, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional – principalmente, em áreas das cidades com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e mais criadouros para desovar.
A infestação do mosquito é sempre mais intensa em razão de água acumulada e de altas temperaturas – fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho de toda a população.