Cerca de 2000 servidores do Poder Judiciário de São Paulo participaram da assembleia geral da categoria, realizada nesta quarta-feira, 21 de maio, na Praça João Mendes, região central da capital. A assembleia aprovou a continuidade da greve iniciada no dia 14, em protesto contra a política salarial adotada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Em Jales, as informações levantadas pela reportagem dão conta que cerca de 30% dos servidores aderiram à paralisação. Uma manifestação foi realizada em frente ao Fórum e em frente ao Juizado Especial Cível e Criminal, nesta quarta-feira, 21.
De acordo com os organizadores, o orçamento do Tribunal é o maior da história, atingindo cerca de R$ 19 bilhões com a suplementação aprovada na Assembleia Legislativa e já foram apresentadas emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, com recursos previstos para recomposição salarial e implementação do nível superior para escreventes. No entanto, segundo o deputado Carlos Gianazzi, todos os anos o Poder Executivo costuma cortar verbas, e o TJSP não assume a responsabilidade de negociar.
Giannazi também denunciou a falta de transparência na distribuição dos recursos, lembrando que juízes e desembargadores seguem com salários integralmente pagos, sem perdas, enquanto os servidores enfrentam anos de defasagem.
Durante a assembleia, os servidores aprovaram por unanimidade uma passeata até o Palácio da Justiça. Enquanto o grupo permanecia em frente ao prédio, os representantes das entidades subiram ao 5º andar para exigir que a reunião da mesa de negociação, prevista para o dia 28 de maio, seja realizada presencialmente e no período da manhã, em vez de virtual.
Os dirigentes foram recebidos por André Gustavo Furlan e Wagner Roby Gidaro, juízes assessores da presidência (RH Capital), que disseram que a resposta será dada até sexta-feira, 23 de maio.
Foi colocada em votação e aprovada uma nova assembleia presencial para dia 28 de maio, na próxima quarta-feira.
COBRANÇAS:
Entre as reivindicações, os serventuários pedem reposição dos 30,24% (defasagem desde 2002). Os trabalhadores destacam que o último aumento real ocorreu em 1995;o Plano de Cargos e Carreiras é de 2010. A tabela de vencimentos foi atualizada em 2013. O salário base está congelado há 12 anos; o salário base de escreventes é de apenas R$ 1.968;o salário base dos agentes é menor que o auxílio-alimentação de R$1600;a ausência de cultura sindical, após 15 anos sem greve, dificulta a mobilização da categoria;a falta de interesse do TJ em instituir o Nível Superior aos Escreventes;a criação do cargo de Escrevente de Gabinete, com gratificação não incorporada à aposentadoria, criará uma casta nova no Tribunal.
Servidores da Comarca de Jales aderem à greve estadual da categoria
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